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Barcos e Cruzeiros

Mar adentro

Cruzeiro CDV

1246 ilhas, 2700 horas de sol por ano. Os números fazem da Croácia um destino como poucos. Mas não é a pensar na matemática que viajamos por este pedaço de Balcãs. Explorámos algumas ilhas da Dalmácia num cruzeiro. Pusemos em prática a fjaka. Comemos, bebemos, dançámos. E navegámos. Planámos sobre as águas de um azul profundo como só o Adriático.

  • Texto: Mónica Franco
  • Fotografia: Fabrice Demoulin
03 de Outubro, 2025
<p>São sete da manhã e acordamos com um ronco vindo das profundezas. Sentimos o quarto balouçar, suavemente, como o doce embalar de um bebé. Demorámos alguns segundos até perceber que este era o tal momento de que nos tinham falado na noite anterior. Momento de partir. De sentir, pela primeira vez, o iate deslizar no Adriático. Era agora. O Lastavica planava sobre as águas deste mar azul profundo, com a doce suavidade de uma gaivota e a imponência de um falcão.</p>
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<p>Lastavica significa andorinha, em croata. E apesar de entendermos ainda menos de pássaros que da língua eslava, bastava desligar a música que por vezes soava nas colunas e parar um pouco sobre as espreguiçadeiras do deck, para conseguir escutar. Tanto o croata  dos marinheiros como os piares das múltiplas espécies de aves que habitam nestas ilhas da Dalmácia.</p>

São sete da manhã e acordamos com um ronco vindo das profundezas. Sentimos o quarto balouçar, suavemente, como o doce embalar de um bebé. Demorámos alguns segundos até perceber que este era o tal momento de que nos tinham falado na noite anterior. Momento de partir. De sentir, pela primeira vez, o iate deslizar no Adriático. Era agora. O Lastavica planava sobre as águas deste mar azul profundo, com a doce suavidade de uma gaivota e a imponência de um falcão.

 

Lastavica significa andorinha, em croata. E apesar de entendermos ainda menos de pássaros que da língua eslava, bastava desligar a música que por vezes soava nas colunas e parar um pouco sobre as espreguiçadeiras do deck, para conseguir escutar. Tanto o croata  dos marinheiros como os piares das múltiplas espécies de aves que habitam nestas ilhas da Dalmácia.

Pessoal e transmissível

Nikola tem 26 anos. E é assim mesmo que o queremos apresentar. Sem apelidos (o seu é Perisic), sem rodeios, como um abraço fraterno, de um amigo que sempre conhecemos, apesar de o termos acabado de encontrar.

Nikola é orgulhoso rapaz de Split, croata de coração cheio – e o responsável pelas viagens made in Croácia da Culture Discovery (CDV), a agência responsável por este cruzeiro a bordo do Lastavica.

Foi em abraços fraternos que o roteiro em terra começou. Primeiro os abraços de Nikola à sua madrinha, Elda. Depois, à irmã, cunhado, sobrinho e mãe de Elda. Tínhamos ancorado na cidade de Korčula (a maior da ilha com o mesmo nome) e apanhado um autocarro para chegar a esta casa de pedra no meio do campo. Em cinco minutos, uma mudança completa de cenário.

Estávamos um pouco atordoados, há que confessar.

Não se via vivalma. Ouviam-se apenas uns esporádicos latidos de cão. Falava-se uma mistura de croata e inglês, enquanto todos se entendiam à volta de uma mesa simples, com toalha branca bem-posta, entre pão, queijo e o presunto que é seco ao sol e à mercê do vento durante dois anos antes de ser consumido – todos meticulosamente colocados sobre uma tábua de madeira. Dispostas num prato como um leque, estavam as anchovas e as alcaparras selvagens que crescem protegidas do vento, entre as rochas da costa adriática.