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1246 ilhas, 2700 horas de sol por ano. Os números fazem da Croácia um destino como poucos. Mas não é a pensar na matemática que viajamos por este pedaço de Balcãs. Explorámos algumas ilhas da Dalmácia num cruzeiro. Pusemos em prática a fjaka. Comemos, bebemos, dançámos. E navegámos. Planámos sobre as águas de um azul profundo como só o Adriático.
São sete da manhã e acordamos com um ronco vindo das profundezas. Sentimos o quarto balouçar, suavemente, como o doce embalar de um bebé. Demorámos alguns segundos até perceber que este era o tal momento de que nos tinham falado na noite anterior. Momento de partir. De sentir, pela primeira vez, o iate deslizar no Adriático. Era agora. O Lastavica planava sobre as águas deste mar azul profundo, com a doce suavidade de uma gaivota e a imponência de um falcão.
Lastavica significa andorinha, em croata. E apesar de entendermos ainda menos de pássaros que da língua eslava, bastava desligar a música que por vezes soava nas colunas e parar um pouco sobre as espreguiçadeiras do deck, para conseguir escutar. Tanto o croata dos marinheiros como os piares das múltiplas espécies de aves que habitam nestas ilhas da Dalmácia.
Ainda demos umas voltas na cama, antes de a curiosidade nos expulsar dela. Primeiro duche na cabine ao nível do mar, todo o conforto e comodidades de um hotel – em versão XS. Um lanço de escadas e chegamos
ao varandim. Uma fotografia para ser impressa na alma.
A luz da manhã, límpida; sobre o azul deste mar, profundo; a ondulação, ligeira; e a brisa, suave, pareciam combinados cientificamente, para serem distribuídos na dose exata. Sem mais nem menos. Apenas o mais que suficiente para a vida toda.
Pessoal e transmissível
Nikola tem 26 anos. E é assim mesmo que o queremos apresentar. Sem apelidos (o seu é Perisic), sem rodeios, como um abraço fraterno, de um amigo que sempre conhecemos, apesar de o termos acabado de encontrar.
Nikola é orgulhoso rapaz de Split, croata de coração cheio – e o responsável pelas viagens made in Croácia da Culture Discovery (CDV), a agência responsável por este cruzeiro a bordo do Lastavica.
Foi em abraços fraternos que o roteiro em terra começou. Primeiro os abraços de Nikola à sua madrinha, Elda. Depois, à irmã, cunhado, sobrinho e mãe de Elda. Tínhamos ancorado na cidade de Korčula (a maior da ilha com o mesmo nome) e apanhado um autocarro para chegar a esta casa de pedra no meio do campo. Em cinco minutos, uma mudança completa de cenário.
Estávamos um pouco atordoados, há que confessar.
Não se via vivalma. Ouviam-se apenas uns esporádicos latidos de cão. Falava-se uma mistura de croata e inglês, enquanto todos se entendiam à volta de uma mesa simples, com toalha branca bem-posta, entre pão, queijo e o presunto que é seco ao sol e à mercê do vento durante dois anos antes de ser consumido – todos meticulosamente colocados sobre uma tábua de madeira. Dispostas num prato como um leque, estavam as anchovas e as alcaparras selvagens que crescem protegidas do vento, entre as rochas da costa adriática.
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