

Katia Barbosa, a cara do Brasil
Em 2020, Kátia Barbosa completou vinte anos de carreira. Já são duas décadas aconchegando corações, mentes e estômagos com a saborosa comida brasileira de excelente qualidade.
- Texto: Alexandre Lalas
- Fotografia: Ricardo Garrido
Em 2020, Kátia Barbosa completou vinte anos de carreira. Já são duas décadas aconchegando corações, mentes e estômagos com a saborosa comida brasileira de excelente qualidade que prepara no restaurante que comanda, na Praça da Bandeira, Zona Norte do Rio de Janeiro. O Aconchego Carioca é uma instituição da cidade. Tanto que um dos quitutes emblemáticos da casa, o Bolinho de Feijoada, recebeu o título de Patrimônio Imaterial da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.
O próprio processo de criação do bolinho famoso mostra um pouco do estilo de Kátia: uma mistura precisa de instinto, pesquisa e criatividade, temperados com generosas doses de talento. A chef andava por Belo Horizonte, capital mundial dos botecos, em, digamos, visita oficial. Era jurada de um concurso que elegeria o melhor entre os melhores quitutes da capital mineira. Até que deu de caras com um estabelecimento que oferecia um curioso bolinho de feijão.




Imediatamente vieram lembranças da infância. Os pais, nordestinos, preparavam em casa uma espécie de quitute feito assim. “Eles amassavam o feijão com a farinha, com a mão mesmo. E ficava num formato de bolinho. Acontece que o feijão da minha mãe era uma delícia. E o bolinho, que se chamava capitão, ficava maravilhoso”, lembra. O salgado do boteco mineiro, no entanto, mais parecia um acarajé. E se não satisfez o paladar de Kátia, serviu para aguçar a criatividade da chef. Embalada por algumas cervejas a mais, fez a profética promessa que acabou trazendo uma contribuição inestimável à gastronomia de botequim. “Disse a todos que voltaria para o Rio e iria criar um bolinho de feijão que mudaria a história do Brasil”, diverte-se.
“Eu não faço nada planejado. Tenho a ideia, vou lá, faço, realizo e vejo o que acontece. Acho que o espírito do brasileiro é um pouco assim. Não deu certo aqui, vou por ali. Mas eu nunca desisti da gastronomia. Sempre acreditei na qualidade da comida brasileira”